Apesar de percepções extravagantes e embasadas em um racionalismo ultrapassado e com toques de humanismo, a possibilidade de se calcular o que o ser humano fará, não é novo.
No ano 1864, Dostoiévski escreveu uma novela chamada “Memórias do Subsolo” onde faz duras críticas a crença de que as leis da natureza são a mais pura verdade e a potencial origem da harmonia social.
No livro, o personagem escreve “E visto que todas as vontades e raciocínios podem ser calculados – já que um dia dizem que vão descobrir as leis do nosso livre-arbítrio – então, será possível elaborar uma espécie de tabela, e nós passaremos a desejar de acordo com ela. (…) E, embora a nossa vida, nessa manifestação, resulte muitas vezes em algo ignóbil, é sempre a vida e não apenas a extração de uma raiz quadrada.”
Resumindo, essa bela crítica ao positivismo pujante naquele contexto, pode ser considerada uma obra mais atual do que as próprias obras escritas no presente. O algoritmo não vai conseguir prever o que você vai fazer simplesmente pelo fato de que nossas atitudes não 100% racionais. Muito pelo contrário. Inclusive, mora aí o erro de diversos pensadores e matemáticos como por exemplo, Bernoulli que fez equações maravilhosamente brilhantes, mas com uma “pequena” premissa equivocada: “levando em conta que os agentes tomam decisões racionais embasados no seu melhor interesse…..”. E lá vai por água abaixo a utilidade prática da Teoria da Utilidade Esperada. Genial, porém, errado.
Não acredite em quem acha que é possível brincar de Deus.
” E se por ventura, acontecer que a vantagem humana, alguma vez, não apenas pode, mas deve até consistir justamente em que, em certos casos, desejamos para nós mesmos o prejuízo e não a vantagem?”
A história é cíclica. A ciência nunca vai conseguir responder a todas as nossas dúvidas e muito menos decifrar o futuro.
Obs: meu livro sai em breve hein =)
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